Alteração no contrato de alimentação de hospitais públicos estaduais priva funcionários e acompanhantes de refeições
Funcionários dos hospitais públicos catarinenses estão, desde o início da pandemia, sofrendo com as mudanças do contrato de alimentação das unidades hospitalares geridas pela Secretaria de Estado da Saúde. Isso porque a licitação aprovada em março deixa de incluir profissionais da saúde e acompanhantes em duas das refeições antes consideradas essenciais para a nutrição dos funcionários que trabalham nos hospitais públicos estaduais, inclusive em escalas de plantão.
O contrato foi firmado em meio ao início dos contágios da Covid-19 em Santa Catarina, e segundo informações, com a mesma empresa que já possui contrato pela higienização das unidades, tendo sido acordado por meio de dispensa de licitação. A comissão nutricional responsável por esse tipo de contrato não foi chamada a avaliar o acordo final entre a SES e a empresa terceirizada. Além da redução de refeições, a qualidade da alimentação também decaiu. Há denúncias de que as porções de carne apresentariam ossos, que poderiam estar sendo usados para tornar o produto mais pesado e fazer o cumprimento do contrato, que prevê porções de 100g de proteína.
Os cortes na alimentação acompanham outras medidas tomadas pela SES que impactam diretamente na qualidade de vida dos funcionários públicos de saúde da ponta. Desde maio, a MP 228 previa gratificação aos servidores e servidoras da saúde alocados nas UTIs, emergências e no COES, com valores variantes de R$1 a R$2 mil por mês. A medida deixou de lado uma série de trabalhadores da saúde da linha de frente que, por meio da reivindicação, conseguiram o montante de R$250 mensais na folha de pagamento, a partir de setembro.
Em um momento em que os trabalhadores da saúde são tão cruciais no enfrentamento do estado à pandemia, as atitudes da SES demonstram desrespeito e falta de reconhecimento aos profissionais que diariamente estão arriscando suas vidas para salvar os cidadãos catarinenses.
Confira a matéria lançada no Jornal do Almoço, da NSC TV, sobre a situação: