Assembleia da Grande Florianópolis discute problemas no SAMU
Trabalhadoras e trabalhadores do SAMU da Grande Florianópolis se reuniram em assembleia virtual nesta quinta-feira (11). O objetivo foi deliberar medidas de enfrentamento aos problemas que funcionários da OZZ, empresa que administra o SAMU, estão vivenciando por negligências da empresa responsável pelo serviço. Além das pautas previstas inicialmente, que tratam do bloqueio realizado pela Justiça do Trabalho nas contas da OZZ de R$167 mil e da limpeza das ambulâncias, outros assuntos referentes às condições de trabalho e de atendimento surgiram.
Quanto a discussão sobre os pedidos da OZZ de liberação dos R$167 mil, fruto de bloqueio judicial em ação coletiva do SindSaúde/SC, os trabalhadores e trabalhadoras do Samu se posicionaram pela manutenção do bloqueio, uma vez que abrir mão dele pode significar atrasar em anos a garantia de direitos, como é o caso de reajuste salarial. Agora, a assessoria jurídica do sindicato apresenta a posição na ação judicial, mas a decisão final cabe ao juiz.
Outro ponto discutido na assembleia é a higienização das ambulâncias. O SindSaúde/SC já vem apontando essa irregularidade, e nas últimas semanas a empresa anunciou a contratação de equipe para higienização. Porém, o número ainda é insuficiente, principalmente para os plantões noturnos. A higienização feita pelos trabalhadores da saúde, além de caracterizar desvio de função, atrasa o serviço de liberação das ambulâncias. Há relatos de trabalhadoras e trabalhadores que já foram assediados verbalmente quando se recusaram a prestar o serviço de higienização. O SindSaúde/SC se propôs a acompanhar os profissionais nestes momentos e irá encaminhar ao Conselho Regional de Enfermagem (COREN) uma solicitação para se faça cumprir a "RESPOSTA TÉCNICA COREN/SC Nº 043/CT/2019" que já previa que aos profissionais de enfermagem cabe a higienização apenas dos materiais e equipamentos relacionados a assistência do paciente, mas não das ambulâncias.
Outro ponto grave discutido na reunião foi a quebra do contrato com a empresa que realiza a comunicação do SAMU, por falta de pagamento das parcelas. Funcionários relataram que em algumas bases o problema nos comunicadores já estava sendo sentido há meses e que o volume de trabalho aumentou muito, já que o encaminhamento das demandas precisa ser feito manualmente quando o sistema falha. O sistema funciona de forma precária, perdendo conexão com frequência, e atrasando ainda mais o acionamento das viaturas para atendimento de ocorrências. Em ofício enviado à Secretaria de Estado de Saúde (SES), a empresa pede aporte financeiro do estado para o pagamento das parcelas devidas, colocando a responsabilidade do débito nas mãos do governo. Mais uma vez, empresas terceirizadas usam um serviço essencial para tentar arrancar verba do estado.
Por tudo isso, ainda sem data e hora definida, a assembleia votou por realizar uma paralisação da categoria. No início da próxima semana, o movimento será anunciado nas redes do SindSaúde/SC.
O SindSaúde/SC também irá produzir uma série de materiais em vídeo e imagem mostrando as atuais condições de atendimento nas ambulâncias e bases. Os relatos demonstrados na assembleia são graves, e envolvem desde a falta de manutenção dos aparelhos eletrônicos utilizados pelos socorristas, até a fita disponível para os curativos.
Você, trabalhador do SAMU, envie seus vídeos e fotos para (48) 98802-6157.