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Centrais sindicais se apresentam para a categoria da saúde durante o Congresso
30/11/2017

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Centrais sindicais se apresentam para a categoria da saúde durante o Congresso

O período da tarde, do segundo dia de Congresso do SindSaúde/SC iniciou com o debate sobre a reorganização da classe trabalhadora e filiação a central sindical, com Sueli Adriano representando a CUT; Edson Carneiro, coordenador geral da Intersindical e Rossano Sczip, professor da rede estadual paranaense, que apresentou um histórico do sindicalismo brasileiro.

Sczip abriu o debate resgatando o surgimento do sindicalismo de Estado, consolidado na década de 1940, no governo de Getúlio Vargas. O sindicalismo de Estado é a estrutura do sindicalismo brasileiro hoje, baseada em três elementos: a investidura sindical – que a representatividade e poder de negociação são uma concessão do Estado; a unicidade – que o Estado deve reconhecer o sindicato que representa cada categoria; e as contribuições obrigatórias – o imposto sindical.

Para o professor, esses três elementos entravam a ação sindical, já que dão abertura para o Estado intervir nas entidades representativas. “Por mais combativa que seja uma diretoria do sindicato, o Estado consegue tolher, através da justiça e outros mecanismos legais. Até hoje não houve uma ruptura com esses moldes, tanto para os governos democráticos, como os ditatoriais, porque eles são funcionais para a classe dominante”, afirma.

O Brasil concentra 90% dos sindicatos existentes no mundo. São 17 mil sindicatos, sendo 11 mil de trabalhadores. Ao mesmo tempo, menos de 20% dos brasileiros são filiados (Dados IBGE). Atualmente existem seis centrais reconhecidas pelo Estado: CUT, UGT, Força Sindical, CTB, Nova Central e CSB, que hegemonizam o movimento sindical. “Todas as outras centrais negociam com o governo, aceitando o ataque aos direitos. Algumas estão vindo pra rua agora só por conta da perda do imposto sindical”, afirma Rossano.

Em seguida, Edson Carneiro, dirigente da Intersindical – Central da Classe Trabalhadora narrou a história da central, que surgiu em 2014, e declarou a importância do SindSaúde/SC nos debates internos nacionais feitos pela central.

“A Intersindical pensa que uma central deve buscar a representação geral da classe, incluindo os trabalhadores precarizados, terceirizados e desempregados; deve ter como princípio básico o recorte de classe; independência e autonomia do Estado, dos patrões, governos e partidos. Precisamos recusar o ‘peleguismo’, a auto proclamação, a auto propaganda, só assim poderemos conduzir nossa classe à vitória. Não há possibilidade de construir uma central forte ou um sindicato forte sem ter enraizamento nos locais de trabalho, sem ter trabalho de base”, garantiu o dirigente.

Por fim, Sueli Adriano, da secretaria de mulheres da CUT-SC reforçou a importância da entidade, que é a maior central sindical brasileira. “A história da CUT é simbólica para todos os trabalhadores, independente dos rachas, das divisões que aconteceram nesse período desde a criação da central até hoje”.

A professora também declarou a satisfação da Central em participar do Congresso do SindSaúde/SC. “Fico muito feliz que o SindSaúde chame a CUT para fazer o debate, para que a CUT se apresente para a sua categoria, porque a maioria dos sindicatos não faz isso, toma decisões de cima pra baixo e o resultado está aí nos dados: sindicatos com pouquíssimos filiados”.

Após a discussão, iniciou o momento de defesa das dez teses preparatórias do Congresso, seguido dos debates nos grupos de trabalho, que irão aprovar, rejeitar e/ou alterar as resoluções propostas nos três eixos temáticos do evento: Defesa do SUS; reorganização da classe trabalhadora e filiação à central; e os impactos para a classe das contrarreformas trabalhista e previdenciária. 

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