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Estado fecha alas inteiras em três hospitais públicos da Grande Florianópolis
14/12/2016

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Estado fecha alas inteiras em três hospitais públicos da Grande Florianópolis

A partir da última semana, as direções dos hospitais Governador Celso Ramos, Nereu Ramos e Regional de São José anunciaram o fechamento de 46 leitos mais um centro cirúrgico. Os gestores afirmam que a decisão é temporária e é referente ao recesso coletivo do serviço público, entretanto todos são serviços de urgência, emergência e alta complexidade, que não estão previstos no Decreto 968/2016 do Governo do Estado, que define a data e os setores que farão recesso coletivo de fim de ano. “Na realidade essa é uma desculpa para a falta de três mil servidores na saúde, que já estamos anunciando há um ano”, afirma a presidente do SindSaúde/SC Edileuza Garcia Fortuna.

Saiba o que irá fechar em cada unidade

Hospital Governador Celso Ramos

Na segunda feira (12/12), a direção do HGCR anunciou o fechamento do centro cirúrgico da emergência. Uma ala responsável por atender casos graves que chegam ao pronto atendimento e precisam de cirurgia imediata. Além disso, esse setor realiza cerca de 30% de todos os procedimentos cirúrgicos da unidade.

Hospital Nereu Ramos

É o único hospital em Santa Catarina referência no atendimento de infectologia. Trabalhadores do HNR denunciaram na tarde desta terça feira (13/12) o fechamento completo da ala feminina de doenças infecto-parasitárias (DIP1), que atende pacientes com sífilis, hepatite, hanseníase, entre outras enfermidades.

São 11 leitos fechados, segundo a direção, a medida é temporária, mas os próprios servidores da unidade já foram orientados a não aceitar novas internações de pacientes nessa ala com essas doenças. Os usuários serão realocados em outras alas, sobrecarregando estes outros setores.

Hospital Regional de São José

No HRSJ, a direção anunciou para os servidores e também para a Secretaria Estadual de Saúde, na quinta-feira (8/12), o fechamento de dois setores no 4º andar da unidade. Serão 25 leitos de ginecologia cirúrgica, voltados a pacientes com câncer de mama, que sofreram aborto ou com gestação de risco. O Hospital Regional é o único na região que possui um ambulatório de ginecologia e agora fecha esse serviço, que é o mesmo fechado há cerca de quatro meses na Maternidade Carmela Dutra. Para usuárias com gestação de risco agora restam apenas alguns leitos disponíveis no Hospital Universitário.

Na mesma data, a direção da unidade, avisa que mais 10 leitos do atendimento oftalmológico serão fechados. O HRSJ é referência em Santa Catarina em transplantes oftalmológicos e agora tem esse serviço colocado em risco pelo fechamento de leitos.

Os servidores resistem ao fechamento das duas alas no HRSJ, mas não sabem até quando poderão impedir que a medida seja tomada. “Para nós está clara a manobra dos gestores dos hospitais junto à SES. Estão aproveitando o recesso de fim de ano, que não afeta a maior parte dos servidores da saúde, para poder fechar unidades, que na realidade, sofrem de falta de servidores”, comenta a presidente do SindSaúde/SC.

Em 2016, foi encerrado um concurso público para servidores da saúde, no qual a SES contratou servidores apenas para área administrativa, não direcionando novos trabalhadores para repor o déficit de servidores, levantado pelo Sindicato e reconhecido pela própria Secretaria. 

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