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Situações como as vivenciadas pelos usuários e pelas trabalhadoras e trabalhadores na Maternidade Darcy Vargas, em Joinville, nesta quarta-feira (4/4) levantam questionamentos sobre a forma como o dinheiro público é investido na saúde. Há poucos meses, em dezembro de 2017, a notícia no site do governo do Estado comemorava a aprovação da comunidade ao novo telhado da maternidade, cujo investimento foi de R$ 1,9 milhão. Acontece que a nova cobertura, tão esperada por trabalhadoras/es e comunidade, não suportou à primeira chuva.

A tempestade desta quarta-feira simplesmente inundou as dependências da unidade, gerando graves riscos a saúde dos recém-nascidos, das mães e das trabalhadoras/es. Diversas crianças tiveram de ser transferidas às pressas pelo SAMU para outras unidades. Na correria, e com a água chegando à altura dos tornozelos, servidores chegaram a se machucar. Equipamentos caríssimos como incubadoras estiveram em risco de serem perdidos. Os bombeiros foram chamados após uma explosão na parte elétrica.

Felizmente, com o esforço da equipe de plantão, a situação foi contornada, mas a situação denota a péssima qualidade da obra contratada pela Secretaria do Estado da Saúde. É sintomático: é assim que o governo de Santa Catarina vem tratando as unidades de saúde pública. O único que parece importar é a manchete de jornal anunciando a inauguração de mais uma obra. Se o telhado cair no dia seguinte, ninguém parece de fato se importar.

O episódio vexatório vivenciado na MDV repete-se diariamente, em diferentes graus de intensidade, em todas as unidades de saúde administradas pela SES. As condições para trabalhar e atender a população estão cada vez mais precárias, os improvisos cada vez mais comuns, a falta de materiais e equipamentos básicos tornou-se regra. É triste constatar que a inundação da maternidade mais importante do norte do Estado não se trata de um ponto fora da curva, mas, de certa forma, é manifestação de uma situação crônica de precarização da saúde em Santa Catarina.