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Nomeação do novo Ministro da Saúde acelera o desmonte do SUS e cria apreensão sobre o controle da pandemia
17/04/2020

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Nomeação do novo Ministro da Saúde acelera o desmonte do SUS e cria apreensão sobre o controle da pandemia

Antes de falar sobre a mudança de nome no Ministério da Saúde vale a pena fazermos algumas observações sobre Luiz Henrique Mandetta, agora ex-ministro da saúde. Mandetta é deputado federal do DEM, eleito pelo Estado do Mato Grosso do Sul desde 2011 em mandatos sucessivos. E durante todo esse período tem se posicionado fortemente favorável a diversos projetos que retiraram direitos do povo. Foi favorável a EC 95 que congelou os investimentos sociais por 20 anos, aprovada em 2016, e que já é responsável por uma grande retirada de recursos do Sistema Único de Saúde – SUS, além de ser contrário à política dos Mais Médicos. Suas campanhas eleitorais teriam recebido grandes doações de empresários da saúde, inclusive de planos de saúde privados.

 

O substituto de Mandetta na pasta da Saúde é Nelson Teich. Logo depois de ser nomeado, Teich disse que vai implementar "paulatinamente" as medidas defendidas por Bolsonaro, tanto com relação às recomendações de afrouxamento do isolamento quanto as referentes à ampliação do uso da cloroquina. Enquanto Bolsonaro, por seu lado, irá ceder em aspectos do monitoramento via dados de geolocalização por celular.

 

Nascido no Rio de Janeiro, Nelson Teich se formou em medicina pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e se especializou em oncologia no Instituto Nacional de Câncer (Inca). Atualmente, é sócio da Teich Health Care, consultoria privada de serviços médicos. Infectologistas entrevistados por grandes veículos de comunicação ressaltaram o fato de Teich “não ser referência na sua área”, além de não ter qualquer experiência em gestão pública, sendo um empresário da saúde a sua vida toda.

 

Diante disso, é importante manter a vigilância sobre as ações do governo, ou mesmo redobrar a atenção. Num momento de pandemia, deveríamos estar nos preparando para discutir a questão dos investimentos na produção nacional de medicamentos, kits diagnósticos, vacinas e outros insumos de saúde estratégicos, além do acesso do povo a todos os equipamentos de saúde (sejam públicos ou privados) e a garantia de suprimentos e equipamentos de proteção para todos os trabalhadores e trabalhadoras da saúde. Isso para que o povo não fique a mercê das grandes indústrias da saúde, que estão vendo como lucrar mais nesse momento trágico e não estão preocupadas em salvar mais vidas. Neste sentido, o engenheiro sanitarista e membro da AbraSUS, Waldemar Azevedo, afirma que “neste cenário corremos riscos reais de chegar ao reino da barbárie, onde somente alguns terão direito de receber vacina, e a vida será para quem puder pagar por ela”.

 

Por tudo isso, é importante nos mantermos em alerta e tornamos pública nossa preocupação com o cenário atual, em que vários profissionais da saúde já vieram à óbito em diversos Estados do Brasil, vitimas do aumento assustador de novos casos de contaminação pelo novo coronavírus. As medidas adotadas pelo governo federal até agora tem sido irresponsáveis e insuficientes, e colocam em risco a saúde de toda a população. Por isso, mais uma vez manifestamos nosso posicionamento em defesa do isolamento social, como medida preventiva, de defender a vida da população em geral e de trabalhadores e trabalhadoras das áreas essenciais, que permanecem trabalhando. A defesa e fortalecimento do SUS estatal, público, gratuito e de qualidade é urgente e necessária.

 

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