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Nova negociação com as patronais discute reajuste salarial da iniciativa privada
25/11/2020

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Nova negociação com as patronais discute reajuste salarial da iniciativa privada

Em mais uma reunião com as associações que estão à frente das empresas privadas de saúde, chamadas patronais, na tarde desta terça (24), dirigentes do SindSaúde/SC discutiram, principalmente, o reajuste salarial, pauta da Campanha Salarial da Iniciativa Privada 2020. A contraproposta apresentada pelo sindicato foi de um reajuste de 4% neste mês de novembro e 4% em fevereiro de 2021, já que as entidades patronais insistiam em pagamentos parcelados. Além do reajuste salarial, foram reforçadas pautas relacionadas à saúde dos trabalhadores e trabalhadoras e à pandemia da Covid-19, como a garantia de emprego a quem adquira Covid, o fornecimento de EPIs adequados e o afastamento de todos que tenham contato com caso confirmado de Covid-19. As propostas foram rejeitadas pelo representante que liderou a negociação pelas patronais, Rodrigo Linhares, assessor jurídico da FEHOESC.

A proposta trazida por Linhares é de que as empresas realizem o pagamento de 2,77% em novembro e mais duas parcelas de 1% em maio e em junho. Novamente, o SindSaúde/SC considera a proposta muito aquém do esperado das empresas de saúde neste momento de pandemia e do aumento de inflação. Trata-se de uma proposta que "faz de conta" que paga a inflação, porque ao parcelar o mesmo índice até meados de 2021, vão se acumulando perdas salariais que não são repostas. Qualquer proposta abaixo da reposição de inflação, é na verdade redução de salários e é inadimissível que as empresas de saúde tratem trabalhadores e trabalhadoras com tamanho descaso e desrespeito, especialmente neste momento.

O SindSaúde/SC insistiu em formular novas propostas ao longo da reunião, sempre na tentativa de assegurar os direitos. Apresentamos outra proposta, envolvendo o pagamento de 3% em novembro e 3% em fevereiro, novamente rejeitado pelo representante das patronais que se limitaram a dizer que poderiam adiantar um mês em relação a proposta de 1% em junho. Foram feitos intervalos ao longo da reunião para que os representantes de cada entidade pudessem conversar entre si e pensar em outras alternativas, mas sem avanços significativos.

Os dirigentes do SindSaúde/SC argumentaram que o setor de saúde é um dos poucos setores que não pode se queixar quanto a faturamento na pandemia. A superlotação de hospitais obviamente se reflete em ganhos econômicos para estas empresas e para a rede em geral, enquanto os trabalhadores e trabalhadoras só tiveram mesmo foi aumento de demanda, de trabalho, de pressão psicológica nos locais de trabalho. Somos nós, trabalhadores e trabalhadoras da saúde alguns dos que mais sofrem fazendo o enfrentamento da pandemia e pondo em risco nossas próprias vidas para lidar com as demandas da sociedade e das empresas.

Assim, novamente o SindSaúde/SC propôs ainda outro acordo, visto a irredutibilidade das patronais em aceitar qualquer uma das pautas. Após mais de uma pausa para debate entre os representantes patronais e do sindicato, o SindSaúde/SC propôs que seja reposto os 4,77% de maneira integral no mês de novembro para garantir que não tenhamos redução salarial ou ainda a proposta alternativa de 3% em novembro e 2,5% em fevereiro. Essa proposta foi mais uma vez rejeitada pelas patronais, que voltaram a apresentar as propostas de redução salarial.

Com as divergências, Linhares afirmou que a FEHOESC considerava encerrada a reunião de negociação, ainda que seu único papel na mesa tenha sido o de rejeitar toda e qualquer proposta feita pelos trabalhadores. O SindSaúde/SC reforçou o interesse em seguir em negociação, se essa não for mais uma vez unilateral, e se colocou à disposição para uma nova reunião. Uma nova reunião ainda não está agendada. Na hipótese da FEHOESC se colocar de forma intransigente em negar novas reuniões de negociações, os próximos passos passam por audiências de mediação junto a Superintendência do Trabalho, ao Ministério Público do Trabalho ou até mesmo ao Tribunal Regional do Trabalho.

Respeitem os trabalhadores e trabalhadoras da saúde!
Nossas vidas também importam!

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