O ciclo vicioso da saúde
Por volta das 17h de ontem (19/2), a direção do SindSaúde/SC foi chamada com urgência para que fosse ao Hospital Regional de São José verificar "in loco" o quanto a situação caótica (como mostramos em um vídeo publicado esta semana) havia se agravado nas últimas horas. No dia anterior, o Sindicato já havia constatado a superlotação da unidade e encaminhou a denúncia à Comissão de Saúde da Alesc, para conhecimento e providências conjuntas, que estão em andamento.
Ao chegar no Hospital, as diretoras do SindSaúde/SC testemunharam uma ocorrência de extrema gravidade: na porta da unidade de reanimação estavam o diretor da instituição e alguns policiais que haviam sido acionados para assegurar o direito de um paciente em estado grave, politraumático, a receber tratamento. Era um jovem de Tijucas, vítima de um acidente de trânsito, e que havia sofrido parada cardiorrespiratória (PCR), ainda dentro do helicoptero Arcanjo, onde aguardava, por longo tempo, a decisão de ser admitido no setor de reanimação e ou na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). O rapaz morreu dentro do helicóptero na espera do atendimento.
A chamada de novos servidores é emergencial e precede todo e qualquer ajuste fiscal. Trata-se de viabilizar a defesa da vida da população usuária do SUS e das servidoras e servidores que chegaram aos seus limites máximos de exaustão!
Cada um de nós precisa se empenhar em esclarecer para sociedade que vidas estão sendo perdidas todos os dias porque a saúde pública não é prioridade dos governos. A vida precisa ser respeitada e assegurada como um direito primeiro da existência humana e defendida em todos os espaços.
Independentemente da (in)responsabilidade do órgão de regulação ou da configuração da omissão de socorro, cabe aqui uma importante reflexão. O triste caso que terminou em morte é apenas uma manifestação de um ciclo vicioso, como mostra o esquema a seguir
