Reajuste dos aposentados sem paridade não cobre sequer os valores dos índices gerais da previdência
Com o início dos pagamentos do reajuste para aposentados sem paridade, diversas dúvidas surgiram em relação aos valores e ao demonstrativo do pagamento. O reajuste de 28,13% para esses aposentados foi anunciado pelo governador principalmente após muita pressão da categoria e de entidades que representam os servidores. Sindicatos como o SindSaúde/SC, por exemplo, movem processos na justiça para garantir o reajuste de acordo com os índices do regime geral previdenciário, que foi negligenciado pelo estado desde 2017.
No pagamento atual, porém, o estado tenta ignorar todos os valores que não foram pagos nos últimos cinco anos a esses aposentados. No demonstrativo desses servidores apenas uma parcela única foi especificada como valor retroativo de janeiro de 2022 até agora. Os meses referentes a 2017, 2018, 2019, 2020 e 2021 seguem negligenciados pelo governo.
A situação é ainda mais grave quando se leva em conta que o governador Moisés aprovou no final de 2020 uma Reforma da Previdência que confisca 14% do benefício desses mesmos aposentados. Ao garantir um reajuste que sequer cobriu a inflação para os servidores da saúde na ativa, os aposentados sem paridade ficaram novamente de fora.
Agora, mesmo com o reajuste de 28,13%, os aposentados sem paridade seguem com defasagem salarial histórica. O SindSaúde/SC estuda formas judiciais para garantir os valores retroativos e deve convocar mobilização para que se exija aquilo que é de direito para os servidores que dedicaram anos de suas vidas para a qualidade do serviço público catarinense.