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Secretário da Saúde de Santa Catarina pede exoneração do cargo depois de escândalo envolvendo compra de respiradores fantasmas
01/05/2020

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Secretário da Saúde de Santa Catarina pede exoneração do cargo depois de escândalo envolvendo compra de respiradores fantasmas

A confirmação da exoneração do secretário de Estado da Saúde, Helton de Souza Zeferino foi repassada por nota oficial do Governo de SC na noite desta quinta-feira (30). O pedido foi recebido pelo governador Carlos Moisés no fim da tarde desta quinta.

 

O pedido de exoneração se dá logo após o The Intercept Brasil publicar uma matéria em que o governo de Santa Catarina teria comprado 200 respiradores a preços acima do mercado, com pagamento antecipado, e que nem sequer foram entregues até agora. O custo dos respiradores seria em torno do dobro daquilo que foi pago por outros Estados ou pela União. A reportagem que cita o nome do Governador, do Secretário e de outras pessoas envolvidas no caso repercutiu em todos os meios de comunicação.

 

Na sexta-feira (24), após a divulgação da matéria feita pelo The Intercept, o Governador do Eatado já tinha exonerado a Sra. Márcia Regina Geremias Pauli do cargo de Superintendente de Gestão Administrativa, conforme o Ato n. 710/2020 do Diário Oficial - SC - N. 21.255. O SindSaúde/SC, a categoria da saúde e a população em geral exige que as investigações continuem e que sejam punidas todas as pessoas envolvidas nesse esquema vergonhoso.

 

O SindSaúde/SC vê com muita preocupação essas trocas de comando das autoridades da saúde. Primeiro foi o Ministro da Saúde e agora o Secretário de Saúde do Estado. Em que pese a necessidade de investigar essa situação suspeita dos respiradores, é preciso ter cautela para que não haja impacto negativo nas políticas de enfrentamento à doença, ainda mais nesse momento que a epidemia está alcançando seu estágio crítico, com a explosão de casos e com sério risco de colapsar o sistema de saúde. O governo do Estado tem que parar com essa dança das cadeiras e usar o tempo para fortalecer o SUS e executar medidas adequadas que garantam o controle da epidemia. Também é essencial que o Governo desenvolva ações para minimizar a crise econômica decorrente da epidemia. Essa é a hora de governar para a maioria da população e não para a elite, como sempre acontece. Manter o distanciamento social rigoroso, impedindo a abertura de atividades econômicas não essenciais, e dar um suporte financeiro para as parcelas mais vulneráveis é um dever do Estado nesse momento excepcional.

 

Mais do que nunca, é hora de exigirmos respeito e seriedade frente ao momento que vivemos.

 

A crise do governo atual tem demonstrado que mudam os nomes, mas a forma de fazer política segue a mesma. Não podemos aceitar perder direitos. Precisamos estar atentos, nos mobilizarmos e, se for necessário, parar caso o governo continue insistindo em políticas que colocam em risco a população e todos nós, trabalhadores e trabalhadoras da saúde. É necessário manter o isolamento social e as atividades não essenciais precisam ser suspensas para que os números de doentes e mortos não aumentem ainda mais. Não iremos ficar na linha de frente correndo riscos desnecessários e decorrentes da irresponsabilidade dos governantes. Não iremos adoecer e morrer calados!

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