Segunda Assembleia de Trabalhadores do Baía Sul e da Clínica Imagem rejeita maioria das propostas das empresas
Na segunda assembleia realizada pelos trabalhadores do Hospital Baía Sul e Clínica Imagem, realizada na tarde desta terça-feira (8), os funcionários das empresas chegaram à resolução de não acatar a maioria das prerrogativas sugeridas pelas empresas na primeira negociação. A principal proposta defendida pelos administradores das unidades refere-se ao Plano de Participação de Resultados (PPR) como uma forma de substituição do reajuste salarial. O condicionamento do processo ao PPR não garante aos funcionários uma remuneração estável, e geralmente vem acompanhado de uma série de medidas relacionadas ao alcance de metas, não compatíveis com os serviços de saúde.
Na assembleia, funcionárias e funcionários do Hospital Baía Sul e da Clínica Imagem decidiram por continuar a tentativa de negociação do adicional de insalubridade, tendo em vista a pandemia da Covid-19, que coloca em risco profissionais da saúde e da área administrativa do hospital. O valor máximo do adicional de 40% para todas as categorias do hospital será exigido pelo SindSaúde/SC nas negociações.
Outro tópico discutido foi o do reajuste salarial, sendo reafirmado que a negociação do PPR deve ser feita à parte da discussão de adequação do salário. A justiça do trabalho prevê que o PPR seja tratado como benefício, não ligado à remuneração mensal, direito constitucional e da CLT. A pauta aprovada pelos trabalhadores é de um reajuste linear de 4,77% sobre os salários de novembro de 2020.
Quanto ao vale-alimentação, a proposta das empresas foi vista como ínfima diante do valor requisitado na pauta dos trabalhadores, sendo a proposta da empresa um aumento menor do que R$ 2,00 por dia trabalhado. O proposto pelos trabalhadores é um reajuste com reposição do INPC acumulado entre novembro de 2017 e outubro de 2020 no percentual de 10,76%, chegando ao valor de R$ 23,81 por dia trabalhado.
Os funcionários tiveram acordo com os valores propostos de bonificação pelo atendimento durante a pandemia de R$ 300,00 para técnicos de enfermagem, enfermeiros, auxiliares de serviços gerais e colaboradores da copa e de R$ 200,00 para trabalhadores das demais funções, desde que esses valores sejam pagos mensalmente, enquanto durar a pandemia ou permanecerem os atendimentos de Covid-19. A empresa ainda insiste em pagar essa bonificação em parcela única. Também houve acordo com a proposta de formação de uma comissão paritária para avaliação, discussão e apresentação de soluções quanto às condições de trabalho, incluindo local de descanso, equipamentos de proteção, e outros que sejam identificados pela comissão.
O SindSaúde/SC irá continuar as negociações no sentido de garantir que ela não aconteça por via unilateral, tendo espaço a voz dos trabalhadores e suas demandas. A pauta dos trabalhadores e trabalhadoras está sendo apresentada à empresa por ofício no dia de hoje, solicitando nova reunião de negociação.
Precisamos de cada um e cada uma sigam firmes nessa luta para que possamos conseguir avanços. Não se deixe intimidar. Se houver intimidação por qualquer chefia, gerência ou qualquer cargo de comando, grave a intimidação e repasse ao sindicato. Aqueles que forem identificados coagindo trabalhadores e trabalhadoras podem responder por atividade antisindical e ser denunciados ao Ministério Público do Trabalho.