Home / Sindicato não reconhece justa causa

Notícias

Mantenha-se atualizado

Sindicato não reconhece justa causa
21/06/2016

Compartilhe

Sindicato não reconhece justa causa

Trabalhadoras da cozinha do Imperial Hospital de Caridade foram notificadas da demissão por justa causa. Trata-se de um setor do hospital com profissionais com muitos anos de casa, alguns beirando 40 anos de trabalho. Também é o setor que sempre se mobiliza em períodos de greve ou paralisações.

A justificativa apresentada pelo Hospital para a demissão são atos de improbidade administrativa: supostos casos de roubo de alimentos da cozinha que teriam sido denunciados em depoimentos de outros funcionários a uma sindicância interna da instituição.

O Sindicato não reconhece a justa causa e vai acionar a justiça pela imediata reintegração dessas trabalhadoras. Também vai encaminhar ofícios ao Hospital de Caridade, ao sindicato patronal e ao Ministério Público do Trabalho.

Nenhuma das demitidas teve acesso à sindicância para saber o porquê da demissão. Elas chegaram para trabalhar pela manhã, cumpriram seu turno como fazem há décadas e foram demitidas ao final do trabalho. O Hospital de Caridade vai servir a comida das funcionárias que acusa, sem provas, de ladras.

São essas mesmas funcionárias, junto com todas e todos os demais trabalhadores do hospital, que têm constantemente seus direitos trabalhistas negados. O Imperial Hospital de Caridade atrasa salários e sequestra o dinheiro retirado de suas folhas salariais que deveria ir para seus fundos de garantia e contribuições ao INSS. Além disso, ao demitir trabalhadoras deste modo, ameaça a todos os demais.

“Não roubei nada. Quero voltar de cabeça erguida. Como vou dizer aos meus filhos que fui demitida por justa causa? Eu dediquei minha vida àquele hospital”, disse uma das trabalhadoras demitidas.

Semanas antes da demissão, todas as trabalhadoras prestaram depoimentos ao setor de recursos humanos do hospital, nos quais tiveram que responder a perguntas sobre suas famílias, o rendimento dos cônjuges, os filhos dependentes, seus bens. É clara a tentativa de criminalização destas trabalhadoras por parte do hospital, simplesmente pelo fato de sua fragilidade econômica.

“Perdi minha saúde no trabalho. Tinha que trabalhar medicada”, relatou outra trabalhadora de mais de uma década de serviços ao Hospital. As demais trabalhadoras e trabalhadores da cozinha que não foram demitidos até o momento estão sob pressão. Assim, as condições que geraram a greve de 2014 se repetem: atrasos salariais, falta de pagamento do INSS e Fundo de Garantia, falta de condições de trabalho e pressão sobre o corpo de funcionários.

A diretoria do SindSaúde/SC entende essa atitude da direção do Hospital como mais uma represália à greve dos funcionários de 2014. Foram os setores de limpeza e de cozinha os mais assediados por essa direção. Caridade atualmente só no nome do hospital que, inclusive esteve a ponto de perder recentemente sua certificação como entidade filantrópica por deixar de atender pacientes pelo SUS.

Newsletter