SindSaúde/SC cobra do Hospital Caridade o cumprimento das normas e melhores condições de trabalho
O SindSaúde/SC tem recebido diversas denúncias dos trabalhadores e trabalhadoras do Hospital de Caridade sobre descontos indevidos de vale transporte e de ponto, problemas com uso de EPI e garantias aos profissionais de saúde que se enquadram no grupo de risco, além de espaço e segurança no refeitório.
Quanto ao uso de EPI, o Hospital alega que os casos suspeitos de Covid-19 estão sendo internados na UTI Geral e que os trabalhadores dessa unidade teriam disponível as máscaras N95/PFF2 ou protetor fácil, e que os demais trabalhadores estariam usando máscaras PFF1 ou máscaras de tecido. De imediato, o Sindicato alertou que o uso de máscaras de tecido deve ser restrito a uso caseiro, e que não é autorizado em qualquer Norma Técnica seu uso em ambiente hospitalar por profissionais de saúde. Da mesma forma, é irregular o reuso desses materiais por 20 dias como estaria sendo orientado internamente pelo Hospital. A Gerência Assistencial do Hospital se comprometeu a revisar essa questão e a resolver o problema.
Outra preocupação é com os trabalhadores do grupo de risco. O Hospital afirmou que inicialmente todos foram afastados, mas que com a extensão da pandemia, estariam providenciando um “protocolo” que asseguraria risco mínimo a esses profissionais em seu retorno ao trabalho. O Sindicato solicitou que esse protocolo nos seja apresentado e que esses trabalhadores, no seu retorno ao trabalho, sejam remanejados para setores que não os exponham ao risco.
A questão do desconto dos 6% referente ao vale transporte também foi debatida, já que vários trabalhadores que tiveram o desconto, não receberam o benefício. O Hospital alega que esses valores serão repassados assim que o transporte público voltar a circular. Sobre os descontos como “hora falta” ocorridos em casos de atrasos de trabalhadores que dependem dos horários especiais do transporte, o Hospital afirma que foi um erro, que entendem que não deveriam ter efetuado os descontos e que revisarão as folhas para fazer o pagamento das diferenças.
Sobre as normas de segurança no refeitório, deixamos claro que a terceirização desse serviço não retira do Hospital a responsabilidade. Cabe ao Hospital fiscalizar e fazer cumprir as normas de segurança quanto ao uso de talhares compartilhados, distanciamento social, etc. Eles informaram que estariam fiscalizando e que tudo está dentro dos padrões. Pedimos que os trabalhadores que identifiquem descumprimento de qualquer norma, denuncie de imediato ao Sindicato, que orientaremos como proceder.
Por fim, questionamos o atraso no pagamento do reajuste da Convenção Coletiva de Trabalho 2019/2020, que deveria ter tido todos os retroativos desde novembro pago em abril, junto do salário de março. O Hospital alega que estaria realizando estudos para fazer o pagamento do retroativo. Informamos que enquanto eles estudam, correm as multas previstas na CCT, e que caso insistam em não realizar o pagamento, iremos acionar judicialmente para fazer cumprir a norma.
Caso identifiquem que os compromissos assumidos pelo Hospital não se realizem na prática, informem o Sindicato. Estamos de prontidão!