Sindsaúde/SC realiza 10° Encontro dos Aposentados ativos na vida e na luta
Com debate, reencontros, palestra e recreação que o 10° Encontro dos Aposentados Ativos na Vida, realizado no dia 22/11 em Biguaçu, reuniu cerca de 300 trabalhadores aposentados da saúde pública estadual e da rede privada da Grande Florianópolis. A atividade, que acontece desde 2009, foi realizada durante todo o dia com uma programação intensa com debate sobre a conjuntura política nacional, palestra sobre qualidade de vida e recreação com baile e atividades físicas.
Para a presidente do Sindsaúde/SC, Simone Bihain Hagemann, o Encontro tem como propósito valorizar os trabalhadores que estão aposentados, mas que permanecem ativos na luta. “É um reconhecimento por tudo o que já fizeram pela nossa categoria e para manter uma ligação entre a entidade sindical e seus trabalhadores”, destacou Simone.
Natalia Hercilia Agostinho Bousfield, trabalhadora aposentada do Hospital Infantil, compareceu nas dez edições do encontro. Ela sempre aguarda com ansiedade esse evento, uma das poucas oportunidades para reencontrar seus colegas e outros trabalhadores que conviveu durante anos na rotina diária do trabalho e em muitas lutas da categoria. Para Natalia, o cuidado do sindicato em propor uma atividade aos aposentados significa a valorização de todos os trabalhadores que compõem a base do Sindsaúde/SC.
As decisões políticas que modificam nossas vidas
Na parte da manhã o Encontro trouxe um debate sobre a Situação Política e Social do Brasil com a diretora do Sindsaúde/SC Heloísa Pereira. A trabalhadora que também integra a direção nacional da Intersindical destacou a influência da política na vida dos servidores públicos e na conquista de direitos. “Temos muitos trabalhadores que se aposentaram com integralidade e paridade, depois vieram decisões políticas que modificaram as regras e trouxeram prejuízos para a população”, refletiu Heloísa.
Para ela é importante que todos acompanhem o cenário político, pois são destes espaços que são definidas as regras da aposentadoria, os direitos dos trabalhadores e o acesso da população às políticas públicas. “Não existe vácuo na política, se nós trabalhadores não nos apropriarmos destes espaços, outros vão se apropriar e serão eles que decidirão sobre o nosso local de trabalho, o nosso serviço, o nosso salário e a nossa aposentadoria”, explicou Heloísa.
Os trabalhadores deram relatos das suas realidades e de como a luta do sindicato garantiu melhores condições de vida. “Se hoje temos a nossa aposentadoria garantida é fruto da luta do nosso sindicato. Tudo o que temos é graças à nossa organização. O sindicato somos todos nós”, reconheceu Maria Romarina dos Anjos, aposentada que trabalhou no Hospital Tereza Ramos em Lages durante 28 anos.
Viver bem a aposentadoria
“Envelhecer precisa ser leve”, começou Angela Barcelos palestrante na parte da tarde sobre Viver Bem e Sexualidade. Num papo descontraído com os aposentados, a assistente social e terapeuta falou sobre os cuidados com a saúde e a importância dos aposentados ocuparem suas vidas com atividades que gerem autonomia e independência. “As últimas fases da vida podem e devem servir para fazer o burilamento da nossa personalidade”, explicou Angela.
Com disposição de luta e pensando na qualidade de vida, Maria Leonora Rossi, aposentada desde 1997, usa do seu tempo vago para contribuir na organização dos trabalhadores. Ela é presença diária na sede do sindicato em Joinville e na luta da categoria. Para ela, que trabalhou durante anos no Hospital Regional Hans Dieter Schimidt em Joinville, se manter na luta é necessário para se manter na ativa, firme e disposta. “A vida da gente é essa: lutar! Trabalhei durante um bom tempo na UTI, ajudando a salvar vidas, não posso parar. Sei que se ficar parada eu vou adoecer, por isso vou todos os dias para o sindicato e contribuo do jeito que eu posso na luta coletiva de todos da nossa categoria”, explica Maria.
Para encerrar a atividade um baile de confraternização reuniu os trabalhadores que celebraram mais este reencontro com os colegas que durante anos conviveram nos seus locais de trabalho e nas lutas dos trabalhadores da saúde pública de Santa Catarina.