Suspensão do leilão da sede do SindSaúde/SC é vitória de toda a classe trabalhadora
A luta tem dessas! Depois de 25 anos de um processo judicial, enfim se chega a um acordo com o Estado que vai evitar o leilão da sede do sindicato, marcado para acontecer amanhã.
As greves e mobilizações de toda a classe trabalhadora, das diferentes categorias, carregam em si muito mais história do que o período em que essas atividades aconteceram. E essa história nos remonta ao ano de 1996, em uma greve que buscava principalmente a garantia de carga horária de 30h semanais para os servidores e servidoras públicas da saúde estadual em Santa Catarina. O Plano de Cargos e Salários era umas das pautas nesse momento, e embora tenha sido implantado somente dez anos depois, desde esse período as 30h começaram a ser praticadas.
Mas dessa greve resultou também multas e punições. Isso tudo veio se acumulando ao longo dos anos, ocorrendo bloqueios judiciais e penhora da sede do sindicato.
Em março deste ano, em meio ao caos de uma nova onda da Covid-19 e após pedido do Estado, houve a determinação do Judiciário para que a sede do sindicato, localizada em região valorizada pelo mercado imobiliário de Florianópolis, fosse à leilão. E frisamos a situação da pandemia porque se trata de pretender leiloar patrimônio dos trabalhadores e trabalhadoras da saúde, justamente num dos momentos mais difíceis que esses profissionais já enfrentaram nas suas carreiras.
O processo de negociação com a Procuradoria Geral do Estado se iniciou com apoio de centenas de entidades e companheiros do movimento sindical e popular, que apontavam para a responsabilidade do Governo do Estado em punir profissionais de saúde que lutam em defesa da saúde pública em Santa Catarina. O SindSaúde/SC agradece a solidariedade e apoio de cada entidade, cada companheiro e companheira de luta que somou esforços para evitar esse dano à nossa categoria. Há menos de 24h de acontecer o leilão, agendado para este dia 15 de julho, enfim houve a suspensão da determinação judicial e agora se aguarda pela homologação judicial do acordo, prevendo o pagamento de valores parcelados em 8 anos.
A sede do SindSaúde/SC é patrimônio das trabalhadoras e dos trabalhadores da saúde de Santa Catarina e segue estando à serviço da luta da classe trabalhadora. Tomar esse instrumento da categoria seria uma afronta aos direitos conquistados e um desrespeito a cada profissional de saúde que tem virado plantões salvando as vidas que estão ameaçadas pela pandemia.
Sigamos na luta! Por valorização aos trabalhadores e trabalhadoras da saúde Não à reforma da previdência de Moisés! Não à reforma administrativa de Bolsonaro e Guedes!