Terceirização no Caridade: duas audiências de mediação estão marcadas
Assim que recebeu de trabalhadores as notícias que circulam a todo vapor nos corredores do Hospital, o SindSaúde/SC passou a atuar buscando diálogo com trabalhadoras/es desses setores, bem como com a direção da instituição. Em paralelo, a assessoria jurídica do Sindicato acionou o Ministério Público do Trabalho e a Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego para buscar mediação com o Imperial Hospital de Caridade.
Mediações marcadas:
- 1/8, no Ministério Público do Trabalho
- 2/8, na Delegacia Regional do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego
O objetivo é tentar amenizar o impacto das demissões em massa e garantir o apoio social às/aos trabalhadoras/es que venham a ser demitidos. Alguns pontos preocupam a direção do Sindicato: a falta de garantia de que o Hospital tenha recursos e pague devidamente as rescisões e todos os direitos das/os trabalhadoras/es; muitas/os dessas/es trabalhadoras/es adquiriram doenças durante os anos de trabalho na instituição sem condições adequadas; há também trabalhadoras/es que possuem condições socioeconômicas vulneráveis.
O Hospital de Caridade ainda não fez qualquer anúncio oficial e, até o momento, tem se negado a dar qualquer informação ao Sindicato sobre as áreas que vai terceirizar. Informalmente, o que se sabe é que já há um cronograma fechado para a entrega de setores inteiros do hospital a empresas terceirizadas, durante o mês de agosto. Copa, cozinha, lavanderia e estacionamento seriam os primeiros setores atingidos.
Queremos enfatizar nossa posição contrária à Terceirização dos setores do IHC por vários motivos:
- A terceirização vai gerar o desemprego de inúmeras famílias, muitos trabalhadores com mais de 20 anos de casa que se especializaram em suas atividades, almejam crescer dentro do plano de carreira e vem ano após ano dando o seu suor e sua saúde pelo Hospital;
- A terceirização leva a precarização do trabalho com salários menores, maior índice de demissões, maior índice de adoecimento e acidentes de trabalho. Um desses estudos feito em 2015 mostra que os trabalhadores terceirizados recebem 25% menos, sofrem 80% dos acidentes de trabalho e trabalham 7,5% mais horas;
- A terceirização dos setores de apoio do Hospital vai piorar a qualidade do serviço de todo o Hospital, interferindo no serviço de outras categorias e na assistência aos pacientes;
- Há uma grande insegurança jurídica quanto ao pagamento das verbas dos trabalhadores que serão demitidos já que o Hospital tem dívidas milionárias com fornecedores, FGTS e INSS;
- Não há garantia de que os serviços terceirizados custarão menos para o Hospital.
Por todos esses motivos é que pedimos que todas/os as/os trabalhadoras/es do IHC, de todas as categorias se posicionem contra a terceirização, pois só com união e mobilização é que derrotaremos essa política nefasta.
A terceirização dos setores de apoio pode ser o começo da terceirização de todo o Hospital.
Na greve de 2016, trabalhadoras/es do Caridade foram exemplo de união, quando não aceitaram o pagamento do 13º salário apenas para alguns. Essa união garantiu o pagamento do 13º salário de todas/os as/os trabalhadoras/es e a vitória na greve.