Trabalhadores do Hospital Beira Mar decidem por mobilização contra redução salarial
Em assembleia na noite desta quinta-feira (25), os trabalhadores de Enfermagem do Hospital Beira Mar de Florianópolis decidiram, por unanimidade, manter mobilizações, com indicativo de paralisação até que a administração apresente soluções para suas demandas.
A proposta de negociação apresentada pela empresa foi rechaçada pelos presentes. Os trabalhadores deram um prazo de cinco dias para que a empresa responda suas pautas.
Diferente de outros estabelecimentos de saúde, que desde a implementação do piso pagavam a diferença dos novos valores como complemento em folha, o Hospital Beira Mar vinha realizando o pagamento diretamente no salário base. Pela CLT, a retirada de valores do salário base configura redução salarial, algo que só pode ser feito com autorização do trabalhador ou sindicato representante.
Após semanas de tentativa de diálogo com a administração do hospital, os trabalhadores seguem sem respostas sobre a retirada do valor do piso do salário base em dezembro. Soma-se a isso uma quantidade significativa de demissões de funcionários, o que causa preocupação em relação à qualidade do atendimento e condições de trabalho.
O caso do Hospital Beira Mar é mais um exemplo dos efeitos nefastos das alterações na lei do piso, aprovadas pelo STF no último dia 18 de dezembro. Mais uma vez, o judiciário brasileiro obriga que as negociações sobre o piso sejam regionalizadas, permitindo inclusive a possibilidade de dissídio, em que a justiça decidirá sobre a aplicação caso não haja acordo entre as partes.
O desmonte de um piso nacional é mais uma tentativa de dissolver a luta coletiva em torno das demandas da categoria. Embora os ataques aos trabalhadores em cada estabelecimento tenham especificidades, nossa pauta para romper com esses absurdos é a mesma: a valorização real da categoria, o que passa pelo pagamento integral do piso. Fique atento aos chamados do sindicato para a construção de uma luta ampla e coletiva.